Reproduzimos as diretivas de orientação à militância da Comissão Política do MNP frente a crise peruana.
Consumou-se o pacto político de impunidade entre PPK e o Fujimorismo através do indulto outorgado ao ditador Alberto Fujimori para fazer frente comum às denúncias da Lava Jato e blindar o modelo econômico (http://bit.ly/2E2dowU ). Este pacto pode ser concretizado em:
* O aprofundamento do modelo econômico através do impulso de diversos projetos extrativos, a privatização do investimento público, o corte de direitos laborais sociais e sobre os territórios.
* Um Gabinete Ministerial orientado a ajustar a maquinaria repressiva em vez de buscar a normalização política em nome da reconciliação.
* O impulso de mobilizações promovidas pelo aparato fujimorista para confrontar a mobilização contra o indulto.
* A ofensiva contra o sistema judicial para atrapalhar ou diluir as denúncias e investigações em curso contra os principais atores da política.
* O rechaço massivo ao indulto em todo o país e a emergência de uma vontade que aponte a conseguir uma nova constituição como saída democrática, levam a orientar as ações em torno ao seguinte objetivo tático: avançar na construção de uma maioria social e política que permita dar uma saída democrática ante a crise numa perspectiva constituinte.
Isso deve se concretizar em:
* Conseguir a saída de PPK e iniciar um processo de transição democrática. Reverter o Indulto a Fujimori acompanhando as vítimas.
* Persistir na defesa das investigações que vêm se desenvolvendo desde a Procuradoria e o Poder Judiciário em torno da corrupção.
* Trabalhar na centralização, territorialização, articulação de esforços de organização, mobilização e luta nas esquerdas, no movimento social organizado e no movimento cidadão.
*Preparar as ações para as próximas jornadas nacionais de protesto e diversas iniciativas cidadãs, culturais e de outra índole.
*Impulsionar um processo de mobilização constituinte com atores sociais e políticos em todo o país no constitucional, no programático e no social considerando as demandas sociais.
*Explicar aos cidadãos e à militância de maneira mais adequada as iniciativas tomadas, assim como melhorar os canais de comunicação do MNP.
Por isso, orienta-se que a militância que desenvolva as seguintes tarefas:
- Impulsionar as mobilizações, campanhas e ações apontando a massificação da luta contra a impunidade e por uma nova constituição na cidadania, unificando esforços e critérios com outros espaços, servindo de articulação dos mesmos.
- Conformar comitês cidadãos ou fortalecer as iniciativas unitárias nos territórios, setores e âmbitos quanto aos objetivos delineados vinculando as demandas nacionais de luta contra a impunidade, a corrupção e por uma nova constituição com as demandas locais e territoriais. Não cair em falsos dilemas entre um espaço organizado e outro senão contribuir para seu diálogo, articulação e complementação.
- Enraizar-nos no ativismo nas ruas de nossas cidades e nas zonas rurais com piquetes e novas formas de intervenção dos espaços públicos.
- Ativar ou fortalecer as iniciativas das diversas instâncias do MNP como são as de programa, as setoriais, os comitês territoriais em função de avançar nos objetivos traçados.
- Discutir e explicar nossa posição frente a recentes acontecimentos o que será difundido num documento especial. É preciso fortalecer quanto a isso à militância do MNP.
- Concentrar nossas forças na mobilização unitária do 11 de janeiro em todo o país que deve constituir-se num marco para evitar a “normalização” da impunidade que pretende PPK, exigir sua renúncia e reverter o indulto. Assim mesmo anunciar que com outras forças políticas começaremos uma campanha pelo processo constituinte que começará neste 13 de janeiro em Cajamarca, e depois terá outros acontecimentos em outros lugares do país. Finalmente, preparar-nos para acompanhar as demandas dos familiares contra o indulto e preparar-nos para a Paralisação Cívica Nacional Cidadã e Popular que impulsiona a CGTP.
Comissão Política do MNP – 09 de dezembro de 2017