Nos arredores de Sacramento, um policial atacou um garoto negro de 14 anos de idade e o esmurrou repetidamente enquanto ele estava deitado ali indefeso. Um mês depois dos assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor, centenas de manifestantes se reuniram no parque Cesar Chavez, a poucas quadras do Capitólio do Estado da Califórnia.
Quando cheguei no início da tarde, uma mulher trans estava falando sobre sua agressão sexual por um policial. Uma mãe falou sobre a vez em que um policial apontou uma arma para seu filho. Depois de várias outros casos, acompanhadas de palavras inspiradoras de luta, um organizador conduziu a multidão pela rua em direção ao Capitólio.
Enquanto centenas de pessoas marchavam pelas ruas do centro de Sacramento, podia-se ouvir os nomes “George Floyd” e “Stephon Clark” sendo cantados. À frente da multidão, os organizadores pediram voluntários para bloquear o trânsito em um cruzamento, para que a marcha pudesse passar em segurança. Caminhamos por uma milha antes de voltar a uma esquina da capital, onde a polícia cercou o perímetro com bastões na mão. Enquanto uma multidão se juntava, as pessoas barricavam o cruzamento com seus carros, enquanto outros organizavam o trânsito. Vi pessoas se aproximando de motoristas agressivos e os desalojando.
Fiquei comovido com a disciplina de centenas de pessoas que ficaram juntas enquanto a polícia continuava a flanquear o protesto, tentando nos dividir em grupos menores. Depois de um confronto tenso com a polícia, fomos liderados em outra marcha pela cidade. Pouco depois de ter saído, me disseram que um grupo marchou para a rodovia interestadual e bloqueou o trânsito. A polícia piorou ainda mais as coisas depois do pôr-do-sol, disparando flashbangs e balas de borracha contra os manifestantes, o que foi registrado em diferentes correntes de mídia social.
(Johnny Lucas é militante do DSA Sacramento e do caucus Bread & Roses do DSA)